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Uma pandemia de fake news: como as identificar e combater

Jovem com smartphone a ler notícias

A pandemia do novo coronavírus trouxe consigo uma outra: a de fake news, facilmente propagadas pelas redes sociais e aplicações de chat. Saber identificar e evitar as informações e as notícias falsas ou duvidosas é, hoje, fundamental.

Milhares de pessoas recebem e partilham notícias falsas. Os títulos apelativos nos nossos feeds nas redes sociais tornam fácil a partilha instantânea quando um assunto nos interessa ou nos alarma. Muitas vezes, partilhamos sem ler a notícia por completo, para compreender o contexto.

Outro fator que contribui para as fake news se tornarem virais é que somos subjetivos: quando encontramos uma história que confirma as nossas suspeitas ou vai de encontro ao que estávamos à espera, somos mais propensos a aceitá-la, ao mesmo tempo que descartamos informação que não se enquadra nas nossas expectativas.

Porém, a desinformação pode ter consequências bastante graves. Assim sendo, é fundamental conseguirmos perceber quando a informação que nos transmitem não é verdadeira, de forma a eliminarmos o mal pela raiz.

 

Uma pandemia de fake news

Nunca houve outra altura na nossa história em que se verificasse tanta propagação de notícias falsas como o presente. Bem ou mal intencionadas, as fake news são partilhadas a uma velocidade estonteante, passando por várias pessoas sem que se apercebam que a informação é falsa e transmitindo-a a outros igualmente na ignorância.

Poucos são os que procuram averiguar a validade da informação quando a recebem ou antes de a transmitirem aos seus contactos. Também há interpretações não corretas de informação verídica, o que pode acontecer a quem só lê os títulos e não a restante notícia, por forma a compreender o contexto da mesma.

Quando algum órgão de comunicação se apercebe da informação que circula já não vai a tempo de a validar, uma vez que a desinformação já está espalhada e quando é desmentida pode não chegar a quem foi enganado.

Na dúvida, procure a informação num órgão de comunicação legítimo (preferencialmente não sensacionalista). No caso específico do novo coronavírus pode consultar os sites da Direção-Geral de Saúde ou da Organização Mundial de Saúde.

Não será a melhor ideia confiar sem questionar numa publicação das redes sociais ou em algo que lhe disseram porque ouviram dizer. Da mesma forma, pondere antes de partilhar informação se esta não for proveniente de um meio legítimo e fidedigno.

 

Conteúdo falso, mal intencionado e propositado

Infelizmente, há sempre quem se tente aproveitar destas situações de infortúnio para benefício próprio. Há registos de quem tenha recebido e-mails e mensagens de texto sobre a covid-19 que se fazem passar por entidades oficiais ou até recursos humanos da empresa onde o destinatário trabalha. São denominados de ataques de phishing.

Quem responde a um destes e-mails ou mensagens, ou clica nos links indicados pode estar a transferir malware para o seu dispositivo e pode estar a comprometer o seu sistema informático, o que é particularmente problemático nesta altura de quarentena e de teletrabalho. Se desconfiar do formato, tom ou formatação da mensagem, pode haver motivo para isso.

Uma das medidas que pode tomar é garantir a sua cibersegurança através de um bom sistema antivírus.

 

Como distinguir fake news das notícias verdadeiras?

1 Verifique a credibilidade da origem

Só porque um site é popular entre seus amigos, não significa que seu conteúdo seja fidedigno. Se, pelo contrário, provém de um órgão de comunicação reconhecido então é informação de confiança (salvo erro, que todos os cometemos).

Em caso de sites, infelizmente há a propagação de fontes não fidedignas que se assemelham bastante às que o são como forma de enganar. Verifique sempre.

2 Preste atenção à formatação e ao timing do texto

Erros ortográficos ou gramaticais? Muita quantidade de texto em letras maiúsculas? Elevado uso de pontuação dramática (pontos de interrogação e exclamação com fartura)? As fontes respeitáveis não recorrem a nada disso. Confirme, também, se a história ou a imagem não foi retirada do contexto ou se não é antiga.

3 Verifique as fontes e citações

Como encontrou o artigo? Se o conteúdo apareceu no seu feed nas redes sociais ou se tem origem num site que pratica clickbait, continue com cuidado. Mesmo que as informações tenham sido compartilhadas por um amigo deve confirmar a credibilidade do autor.

O jornalismo credível é alimentado pela recolha de factos e recorre frequentemente a citações por entidades responsáveis. Se nota uma falta de citações e fontes de contribuição, em particular numa questão complexa, algo está errado.

Também poderá procurar a mesma informação noutros sites, de preferência nos jornais online. Se encontrar a mesma notícia num órgão de comunicação credível então é provável que a notícia seja verdadeira.

 

Informação a mais não faz bem a ninguém

O isolamento social e o acesso a (demasiada) informação através da Internet e das redes sociais significa que temos acesso completo a notícias que podem aumentar a nossa ansiedade, que é normal estar em alta neste período conturbado.

Há vários estudos que indicam que as informações mais carregadas de emoções são as mais propagadas, algo frequentemente explorado por pessoas mal intencionadas. As emoções são usadas contra nós. Se uma mensagem partilhada provoca forte reação emocional é de desconfiar. As notícias alarmistas ou negativas também são de evitar.

Conselhos de saúde alarmantes ou curas milagrosas que dão a ilusão de segurança são, muito provavelmente, falsas. Grupos nas redes sociais onde demasiada informação é partilhada constantemente, sem qualquer cuidado pela sua origem ou veracidade também devem ser abandonados.

Não tome decisões de saúde relativas a toma de medicação, por exemplo, se não for aconselhado por um profissional de saúde.

// RPT

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