A frequência cardíaca tornou-se um dos tipos de dados mais fáceis de rastrear, registar e partilhar com o seu profissional de saúde, graças ao número crescente de dispositivos capazes de a detetar. Mas será assim tão importante? Para que serve medir a nossa pulsação?
Medir a sua frequência cardíaca não é útil apenas para entusiastas do exercício físico. Manter um controlo contínuo da sua pulsação faz sentido para qualquer pessoa, de qualquer idade e estado físico. E fazê-lo é mais fácil do que nunca, graças à nova tecnologia de saúde conectada.
Esta monitorização pode ser ótima para otimizar exercícios e ajudá-lo a atingir o desempenho máximo, mas também para detetar ocorrências que podem levantar suspeitas em relação à sua saúde.
É importante notar, no entanto, que os monitores de frequência cardíaca não são dispositivos médicos certificados. Embora possam fornecer dados úteis, eles nunca devem ser usados no lugar de um profissional médico.
Qual é a sua frequência cardíaca?
A frequência cardíaca, ou pulsação, é o número de vezes que o coração bate por minuto (bpm). Para que tenha uma ideia, o valor normal, em adultos, varia entre 60 e 100 batimentos por minuto em repouso.
Dito isto, a frequência considerada normal tende a variar de acordo com alguns fatores — como a idade, o nível de atividade física ou a presença de alguma doença cardíaca.
A frequência cardíaca ideal de acordo com a idade, em repouso, é de 120 a 140 bpm até aos 2 anos de idade, 80 a 100 bpm entre os 8 e os 17 anos, 70 a 80 bpm num adulto sedentário e 50 a 60 bpm para os idosos e também, curiosamente, para adultos que fazem atividade física — pessoas atléticas podem ter uma frequência cardíaca de repouso mais baixa, uma vez que o coração não precisa de trabalhar tanto para bombear sangue quando não estão ativas.
Outros fatores também podem afetar a sua frequência cardíaca, como medicamentos, clima, elevado stress e, claro, as emoções.
Medir a frequência cardíaca é necessário?
A sua pulsação pode dizer muito sobre a sua saúde e bem-estar. Mantê-la debaixo de olho é sempre uma ideia, por diversos motivos…
Exercício físico mais eficaz
Enquanto está a praticar exercício físico as suas pulsações aumentam, naturalmente. Esse aumento — dentro de níveis saudáveis — é muito positivo, significa que efetivamente está a fazer algum esforço. Pode mesmo criar uma meta de frequência cardíaca, um valor que representa o nível ideal a atingir durante o exercício. Regra geral, esse calculo é baseado na sua idade, embora outros fatores possam ser considerados.
Manter o controlo da pulsação continuamente durante o treino pode ajudar a garantir que está, de facto, a esforçar-se o suficiente, mas também que não se está a esforçar demasiado.
Pode usar os valores registados para fazer ajustes no seu treino. Por exemplo, sente-se sem fôlego? Se calhar aumentou a sua frequência cardíaca demasiado rápido. Para a próxima, tentará fazê-lo mais gradualmente.
Motivação (tanto para acelerar, como para o oposto)
A frequência cardíaca fornece uma janela visual para o que está a acontecer no seu corpo e pode servir de motivação. Se durante o treino se sente cansado e com vontade de abrandar, mas nota que a sua pulsação ainda não está no nível de esforço desejado, sentir-se-à motivado para continuar.
Por outro lado, se verifica que a sua frequência cardíaca permanece elevada, mesmo em alturas de repouso, devido a estar a viver uma altura de stress elevado ou por outros motivos, poderá incentivá-lo a tentar desacelerar o seu ritmo de vida ou a procurar ajuda médica, se necessário.
Ajudar a monitorizar problemas de saúde
Muitos dos wearables mais recentes capazes de monitorizar a sua frequência cardíaca — como smartwatches e monitores de atividade — oferecem controlo contínuo e mantêm um registo do histórico na aplicação associada.
Rastrear e registar as suas próprias informações de saúde e visualizar o progresso ou padrões num dos seus dispositivos é um dos enormes novos benefícios da tecnologia de saúde conectada. Pode até apresentar esses dados a um profissional médico, o que poderá facilitar o diagnóstico e até detetar anomalias que podem ser motivo de preocupação.
Para além disso, se notar aumento na pulsação, sem quaisquer fatores óbvios que possam ter contribuído para isso, anote ou entre em contacto com o seu médico.
Se já sabe de antemão que tem alguma condição física relacionada com o coração, esta poderá der uma forma de monitorizar atentamente o seu histórico e até fornecer uma imagem mais detalhada que poderá ser útil para encontrar um padrão. Poderá estar aqui o futuro da assistência médica.
Como medir a frequência cardíaca?
Para além dos dispositivos de medicação de frequência cardíaca que poderá encontrar na Radio Popular — que também medem a pressão arterial —, há várias marcas que disponibilizam wearables capazes de o fazer, tais como monitores de atividade (também apelidados de pulseiras fitness) e smartwatches.
Para além destas duas categorias, algumas balanças inteligentes também oferecem esse recurso, podendo depois registar os dados num smartphone, tablet ou outro dispositivo conectado com a aplicação correspondente.
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