Não são poucas as pessoas que tendo uma conta da Netflix partilham a sua password, permitindo a outros utilizadores o acesso ao serviço de streaming sem o pagarem. A plataforma pretende acabar com essa possibilidade.
Os serviços de streaming dominam o mercado, tendo vindo a tornar-se o novo meio de assistir a séries e filmes, permitindo, até, que assista aos conteúdos através do smartphone, por exemplo. No entanto, há muitos utilizadores que tentam escapar à subscrição — por muito pequena que seja — que as plataformas requerem.
Uma forma de “escapar” é através da partilha de passwords, deixando que outro user use o mesmo perfil do assinante. Estimativas apontam que esta partilha de palavras-passes seja feita por até um quarto da população jovem que usa estes serviços.
A Netflix sabe desta situação e está tentar ativamente impedir esse hábito, sem ter sido bem sucedida.
A Synamedia, empresa britânica, criou um software que recorre a inteligência artificial para perceber de forma automática quando é que as contas estão a ser utilizadas. A ideia é os donos dos serviços de streaming poderem especificar quantos utilizadores é que estão a utilizar uma mesma conta. Depois disso, analisando os números, é possível perceber quando é que está a ser cometida uma fraude ou não.
Por exemplo, um utilizador que vê sempre Netflix em determinada localização faz “soar os alarmes” do software se começar a usar a conta noutro ponto longínquo, ou seja, a utilização deixar de corresponder ao padrão habitual de uso. O sistema irá tentar perceber se é plausível que seja o mesmo utilizador ou outro.
A Synamedia refere ainda que, caso os clientes detetem uma utilização abusiva, os serviços pedirão ao utilizador para fazer uma atualização do plano contratado, para ser compatível com um maior número de utilizadores.
A ideia foi apresentada no CES, em Las Vegas. Na mais recente apresentação de resultados financeiros da empresa, Greg Peters, responsável de produto da Netflix, foi questionado sobre os planos da empresa relativamente a este assunto, por forma a chegar a alguma solução que não “alienasse a base de utilizadores”. Peters referiu que continuam a “monitorizar a situação” e a avaliá-la. Procura-se “soluções pró-consumidor“.
A Netflix permite a criação de até quatro perfis numa mesma conta, situação usada pelos utilizadores do serviço que partilham as contas com família ou amigos — cada um com o seu perfil — de modo a partilhar o valor mensal da subscrição.
No entanto, o que está a acontecer é um mesmo perfil ser usado por mais do que uma pessoa. Este sistema está a lesar a empresa, daí que combatê-lo e retirar mais receita é o objetivo do serviço de streaming.
A Netflix pode simplesmente optar por limitar o número de equipamentos associados ao serviço. Esta é uma prática usada por outros serviços e parece estar a revelar-se justa e equilibrada para todos.
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