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Google compra Fitbit e entra no mercado dos wearables

Fitbit no pulso, Google no telemóvel

A compra da Fitbit pela Google, por 2,1 mil milhões de dólares, foi anunciada na semana passada por Rick Osterloh, diretor da divisão de hardware do Google. O processo de aquisição ainda tem de ser aprovado pelas entidades reguladoras.

O setor dos acessórios fitness e smartwatches ainda não tinha a presença da Google. A empresa está a tentar mudar essa situação através da compra da Fitbit, nome de referência nessa área.

O motivo de compra é simples: a Google pretende gerar inovações na categoria de wearables, investindo em relógios inteligentes e monitores de atividade.

“Ao longo dos anos, a Google progrediu com parceiros nesse mercado com o Wear OS e o Google Fit, mas vemos uma oportunidade de investir ainda mais no Wear OS e de introduzir no mercado dispositivos wearables feitos pela Google.

A Fitbit foi uma pioneira nesse setor e criou produtos, experiências e uma comunidade vibrante de utilizadores. Trabalhando em estreita colaboração com a equipa de especialistas da Fitbit e reunindo as melhores tecnologias em inteligência artificial, software e hardware, podemos ajudar a estimular a inovação dos wearables e criar produtos para beneficiar ainda mais pessoas em todo o mundo”, afirmou Rick Osterloh, diretor da divisão de hardware da Google, citado pelo MKT Esportivo.

Este tipo de equipamentos regista uma enorme quantidade de informação privada acerca dos seus utilizadores, pelo que há a preocupação de transmissão de dados pessoais durante este processo de aquisição.

A Google está ciente desta questão e garantiu aos utilizadores que terão “a opção de rever, alterar ou eliminar os seus dados” quando for anunciada a decisão de compra.

Os serviços que a Fitbit oferece aos seus clientes deverão ser mantidos durante todo o processo de compra. A marca lançou recentemente novos relógios para o mercado, cujos compradores tencionam poder continuar a usar nos próximos anos: mais um desafio para a Google.

Sameer Samat, vice-presidente de gestão de produtos do Google para Android, Google Play e Wear OS, escreveu: “Estamos ansiosos para colaborar com a Fitbit para unir o que de melhor têm as nossas plataformas de smartwatches e aplicações de saúde, e permitir aos nossos parceiros construir a próxima geração de wearables“.

Fundada em 2007, a Fitbit foi uma das primeiras a explorar o mercado de acessórios. A qualidade dos seus produtos e o foco na saúde são fatores diferenciais da concorrência.

“Há mais de 12 anos, estabelecemos uma visão audaciosa na empresa: tornar todos no mundo mais saudáveis. Hoje, estou incrivelmente orgulhoso do que alcançamos para viabilizar esse objetivo. Criamos uma marca confiável que ajuda mais de 28 milhões de utilizadores ativos em todo o mundo, que confiam nos nossos produtos para viver uma vida mais saudável e ativa.

A Google é a parceira ideal para avançar na nossa missão. Com os recursos e a plataforma global da Google, a Fitbit poderá acelerar a inovação na categoria de vestíveis e tornar a saúde ainda mais acessível a todos”, completou o diretor executivo da Fitbit, James Park, também citado pelo MKT Esportivo.

Agora, a expectativa é que este negócio seja uma forma de a Google recuperar espaço num setor dominado pela rival Apple. Embora tenha o Wear OS, sistema operacional do Google voltado para acessórios como relógios e pulseiras inteligentes, a gigante americana não tem um dispositivo próprio.

De referir que o acordo ainda não foi feito, aguardando-se pela autorização necessária das entidades reguladoras, que devem averiguar se o negócio não vai contra as leis antitruste estadunidenses.

Também conhecida como “direito à concorrência”, a lei antitruste nos EUA regula a conduta e organização de empresas corporativas, por forma a promover concorrência leal em benefício dos consumidores e proibir práticas consideradas como restrição ao comércio. Fiscalizar a fusão de empresas, como seria o caso, enquadra-se nesta lei.

A Google poderá argumentar que o mercado de wearables se vai manter altamente competitivo, ou não existissem a Samsung, a Garmin, a Xiaomi, a Huawei e, claro, a Apple, a fabricar equipamentos concorrentes.

A aquisição da Fitbit não é o único investimento recente da Google neste setor. No início deste ano, a empresa comprou tecnologia de smartwatch da Fossil, por 40 milhões de dólares.

// RPT

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