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Mundo da fotografia profissional: o que ainda não conhece

Rapariga a fotografar paisagem com câmara e tripé

O mundo da fotografia profissional tem muito que se lhe diga. Há pormenores que não nos ocorrem quando imaginamos a pessoa por detrás da câmara.

Há muito entusiasmo em volta da fotografia. Há muito para gostar nesta área. É um hobby popular — as novas redes sociais vieram potenciar essa vertente —, mas também há quem ambicione fazer desta área a sua carreira. Com a possibilidade de criação de imagens de qualidade diretamente dos nossos smartphones e de máquinas fotográficas acessíveis, não é difícil de compreender este fenómeno.

Os profissionais deste sector já confessaram os pontos menos favoráveis desta profissão. Se está a ponderar tornar-se profissional, conhecer estas desvantagens pode ser importante, para que tenha uma noção o mais próxima possível da realidade e saber se este é o caminho que quer para a sua carreira.

 

Não se trata apenas de tirar fotos

Imaginamos os fotógrafos profissionais entre a natureza selvagem, por exemplo, a viajar de câmara na mão e a conhecer sítios novos e estimulantes para fotografar dia após dia.

Esquecemos — ou conscientemente ignoramos — que apesar de tudo todas as profissões têm a sua componente burocrática e prática. Há que planear e executar planos de negócio, promover os artigos e serviços que oferecem, tratar do marketing e da gestão da empresa (mesmo que a empresa sejamos nós próprios).

Ou seja, apesar de ser importante efetivamente ter o gosto pela fotografia, ser um profissional também significa lidar com as componentes administrativas que implica ter uma carreira (impostos, despesas, reuniões com clientes, entre outras).

 

Também pode ser cansativo

Para ser um bom fotógrafo, há que se estar apto e relativamente em boa forma física. É comum os profissionais verem-se “obrigados” a correr ao ar livre, ajoelharem-se, deitarem-se no chão — tudo o que for necessário para conseguir a foto perfeita. Também poderá envolver fazer bastantes viagens, o que acaba por ser cansativo.

Esta é uma profissão que exige muita paciência. Pode ser necessário esperar horas para conseguir capturar a luz perfeita em determinada cena. No caso de fotografias de vida selvagem, às vezes é necessário esperar ainda mais tempo até que um animal finalmente cruze o seu caminho.

As revistas de fotografia estão repletas de imagens capturadas no momento exato de uma cena impressionante e a maioria delas não “aconteceu” simplesmente. É bem provável que esses fotógrafos tenham sido pacientes o suficiente para conseguirem retratar o que queriam.

Felizmente, dizem os profissionais que por isso passam, a adrenalina que advém de obter a foto perfeita pode fazer com que tudo valha a pena.

 

Compreender o que se está a fotografar

As fotografias realmente excecionais envolvem mais do que apenas apontar a lente e carregar no botão de disparo. Ser um fotógrafo profissional implica compreender profundamente o que se está a fotografar, caso contrário a imagem capturada não terá profundidade, significado ou história — elementos que a tornam realmente poderosa. Quanto mais completo o conhecimento do assunto, melhor será o resultado.

 

Mais do que um fotógrafo, um criativo

Para além de todos os conhecimentos técnicos que são dados como adquiridos, quem contrata um fotógrafo profissional procura a sua visão criativa.

Para transformar a ideia do cliente em realidade há que planear tudo em pormenor, ser original, ter a visão e a criatividade para concretizar algo diferente. Depois, é saber qual o equipamento certo a utilizar, compreender quaisquer limitações de material e criar o ambiente necessário.

 

Boas câmaras não fazem bons fotógrafos

A tentação de investir em equipamento novo pode ser considerável. Não há nada de errado em possuir as tecnologias mais recentes, as melhores lentes e os acessórios mais cool, mas não pense que por as comprar se tornará automaticamente um fotógrafo melhor. Claro que pode ajudar, mas é apenas isso: uma ajuda.

Uma boa fotografia surge pelo talento e esforço, não apenas porque a câmara custou mais.

 

1% inspiração, 99% transpiração

Ter talento para a fotografia é como ter material do mais atual: ajuda, mas não é tudo. Há que investir em muitas horas de trabalho. O segredo, que está longe de ser secreto, é como tudo na vida: sem esforço não se vai a lado nenhum.

Há quem consiga reter as técnicas fotográficas rapidamente, outros precisam de mais tempo, mas estudo e dedicação é algo de que todos os fotógrafos precisam. Por detrás de todo o talento há muito trabalho, muito estudo e muito esforço. As imagens aparentemente perfeitas existem porque também existiram várias tentativas fracassadas.

A prática leva-nos trabalhar melhor e mais facilmente. Saber quais os elementos que se combinam para gerar uma boa produção — e quais os a ser evitados — tornar-se-à uma segunda natureza.

 

Edição é apenas um extra

Se a fotografia não foi bem capturada, não há programa de edição no mundo que a salve. Principalmente aos olhos de outros profissionais ou entendidos na matéria.

Fica uma dica: não edite em demasia. Coloque empenho no significado da imagem, na mensagem que esta transmite. Será isso que fará a diferença.

 

Fotografar está no começar

Se tem interesse neste mundo da fotografia profissional não se sinta desmotivado por ser “apenas” um amador: todos os foram antes de construir carreira. Todos os profissionais têm de começar por algum lado, inclusive decidir qual câmara comprar.

De forma nenhuma isso significa que tem menos talento. Não se esqueça, tal como já foi referido, que todas as profissões têm que se ocupar da vertente prática do negócio, que exige tempo. Os fotógrafos profissionais passam muito tempo nesse departamento — divulgação do trabalho, administração de dinheiro e processos de edição para adaptar as fotografias ao meio em que elas serão publicadas, … — deixando-os com menos tempo para efetivamente fotografar.

Os fotógrafos amadores podem fotografar o que quiserem e o que lhes faz sentido, colocando paixão no que fazem, sem a pressão de ter de executar um trabalho contratado. Habilidade e sensibilidade artística não são características exclusivas de profissionais.

// RPT

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