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É o fim da plataforma Mixer, da Microsoft

O anúncio surgiu a 22 de junho: o serviço de live streaming Mixer será encerrado a 22 de julho. A Microsoft decidiu entrar numa parceria com o Facebook. Assim, todos os streamers, audiências e parceiros serão transferidos para o Facebook Gaming. Esta é uma jogada estratégica para o futuro do xCloud.

A plataforma de live streaming de videojogos da Microsoft havia sido lançada em janeiro 2016, na altura como Beam, até que foi renomeada como Mixer em maio de 2017. Agora, será encerrada.

O Mixer tem de competir o Twitch, o YouTube e até o Facebook Gaming. Apesar de todos os esforços da Microsoft, que lutou para alcançar a escala necessária, não terá sido o suficiente, o que levou à decisão anunciada no final de junho. Em entrevista ao The Verge, Phil Spencer, responsável pelo departamento de Gaming da Microsoft, afirmou “Começamos muito atrás em termos de espetadores ativos mensais do Mixer em comparação com alguns dos big players“.

Assim, restava a decisão de abandonar o Mixer, vendê-la ou investir ainda mais, sem garantias. A solução encontrada baseou-se em fazer uma parceria com o Facebook, a qual consiste em transitar os streamers para o Facebook Gaming nas próximas semanas.

 

Parceria com o Facebook Gaming

A partir de 22 de julho todos os sites e aplicações do Mixer serão automaticamente redirecionados para o Facebook Gaming. A preocupação, revelou Phil Spencer, foi de encontrar uma parceria que fosse a melhor para a comunidade e para os streamers: “Eu acho que a comunidade Mixer realmente beneficiará do amplo público que o Facebook tem e das habilidades de alcançar os jogadores através da plataforma social.”

Os Parceiros Mixer existentes receberão o status de parceiro do Facebook Gaming e quaisquer streamers que usem o programa de monetização do Mixer receberão elegibilidade para o programa Level Up do Facebook. Os espetadores Mixer com saldos Ember pendentes, assinaturas de canais ou assinaturas de Mixer Pro vão receber créditos em formato de cartão de presente para usar na Xbox.

A escolha da Microsoft em fazer parceria com o Facebook é claramente estratégica, também relacionada com intenções de promover o seu próximo serviço de streaming de jogos: o xCloud, da Xbox.

A Microsoft trabalhará em estreita colaboração com o Facebook para trazer o xCloud ao Facebook Gaming, permitindo que os espetadores cliquem e joguem imediatamente nos jogos sobre os quais os streamers estão a transmitir. É uma visão muito parecida com as ambições do Google com a Stadia.

Streamers exclusivos, como Ninja e Shroud, chegaram a ser recrutados para o Mixer como forma de atrair mais espetadores para esta plataforma. No entanto, não terá sido o suficiente para fazer frente à concorrência. Assim sendo, Ninja, Shroud e outros streamers mais conhecidos são agora livres para se juntarem ao Twitch ou transmitir no Facebook Gaming.

A Microsoft pretende atingir 2 mil milhões de jogadores com a sua visão para o xCloud, mas o Mixer não estava numa posição forte o suficiente para ajudar a alcançar esse objetivo. “Sabemos que será extremamente importante que os nossos serviços encontrem grandes audiências e o Facebook claramente dá-nos essa oportunidade”, foram as palavras do responsável pelo departamento de Gaming da Microsoft.

Não foi esclarecido quando o xCloud será exibido no Facebook Gaming, mas é uma parte essencial desta nova parceria.

A Microsoft prepara-se para lançar o streaming do xCloud provavelmente ainda este ano, como parte da oferta Xbox Game Pass da empresa. “Acho que não teremos que esperar muito para ver o resultado da colaboração entre as duas empresas para possibilitar esta tecnologia para os espetadores do Facebook Gaming”, confirmou Phil Spencer.

Assim sendo, presentemente a Microsoft irá manter sob a sua alçada a tecnologia que alimentou o Mixer e que oferece suporte a recursos de streaming colaborativo e de baixa latência. A Microsoft Teams começará a usar parte dessa tecnologia no futuro para melhorar a interatividade em tempo real e o streaming de baixa latência.

“A aplicação desses recursos centrados nos fãs em novas experiências de produtividade criará formas imersivas de capacitar pessoas, equipas e organizações a envolverem-se mais eficazmente em reuniões virtuais no trabalho e na escola”, finalizou Phil Spencer.

// RPT

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