Dominar os termos técnicos é o primeiro passo para usar o modo manual das câmaras fotográficas. Em breve estará a fotografar como um profissional, incutindo a sua identidade nas suas fotografias.
O evoluir das câmaras fotográficas trouxe muita tecnologia que aparenta substituir a capacidade real de um fotógrafo em criar uma composição com uma aparência profissional. Será que a arte da fotografia está perdida, substituída por tecnologia?
Nós achamos que não e, por isso, damos-lhe algumas dicas de como usar o modo manual da sua máquina fotográfica para criar imagens irrepetíveis.
Vamos abordar alguns termos específicos que poderá não conhecer, mas que são relativamente fáceis de compreender. A partir do momento que os apreende, saberá quais os significados de cada um e o efeito no resultado final da sua fotografia.
Porquê o modo manual?
Pode tirar fotos com a sua máquina em modo automático e obter um foco perfeito, resultando numa imagem bonita que até lhe parece perfeita para publicar nas redes sociais. Mas será esta uma foto única ou apenas mais do mesmo?
O modo manual traz personalidade à sua foto. Quando ajustar o foco e outros elementos verá o efeito que isso traz ao resultado final e assim começará um processo criativo que nunca aconteceria se seguisse as suposições da inteligência artificial da sua máquina.
À medida que for ajustando cada parâmetro, procure experimentar com diferentes combinações e valores. É um processo criativo, ao invés de um simples clique.
O que poderá manipular no modo manual
Exposição
A exposição é o princípio base da fotografia. A fotografia nada mais é que expor um sensor ou uma fita de filme à luz. Para criar uma fotografia bem-sucedida, é preciso que a quantidade de luz que entra no sensor seja a ideal.
Se entrar luz a menos terá uma fotografia subexposta, que não terá informação suficiente para editar ou ajustar a posteriori, e o mesmo se aplica com uma fotografia com demasiada exposição, ou queimada, que perde detalhes. Desde que esteja dentro de um nível aceitável, poderá ajustar estas definições posteriormente de forma digital.
Velocidade do obturador e Abertura
A exposição é controlada por dois números: a abertura e a velocidade de fecho do obturador. O que estes dois fatores controlam na prática é o tamanho da abertura que deixa passar luz para o sensor e a velocidade com que o obturador, um dispositivo que abre para deixar entrar a luz por essa abertura, volta a fechar.
Quanto mais alta for a velocidade do obturador, menos tempo este deixa entrar a luz, logo, menos luz entra. Uma velocidade alta permite obter maior nitidez em fotos de objetos em movimento e é ideal para ambiente bem-iluminados. Uma velocidade mais baixa permite obter detalhes em ambientes estáticos e com baixa iluminação, assim como para criar efeitos de arrasto em objetos em movimento.
A abertura controla o espaço que a luz tem para entrar durante o tempo em que o obturador está aberto. Se tem pouca luz, mas objetos em movimento, o ideal é ter a abertura ao máximo e o obturador numa velocidade rápida ou média, por exemplo. Ao balançar estes dois elementos conseguirá encontrar a exposição perfeita.
ISO e a sensibilidade do sensor
Existe, no entanto, mais um elemento que afeta este jogo de equilíbrios: o ISO, que é a sensibilidade do sensor à luz que entra pela abertura.
Em caso de máquinas analógicas, o ISO é uma propriedade do próprio rolo, já em câmaras digitais pode ser manipulado.
Pouca sensibilidade pode causar com que o sensor não detete luz suficiente para criar uma imagem com detalhe, enquanto uma sensibilidade demasiado alta pode queimar a imagem e impedir que os detalhes sejam recuperados em edição.
O ideal é conseguir um ISO o mais baixo suficiente sem deixar a imagem apenas com vultos.
O modo auto da câmara tenta atingir este equilíbrio, pelo que pode ser boa ideia não mexer neste elemento, principalmente se for iniciante.
Foco
O foco é controlado pela abertura. Uma abertura maior tem capacidade de manter mais da imagem em foco, enquanto uma abertura mais pequena irá desfocar o plano de fundo e dar mais destaque ao objeto principal.
O tipo de lente que escolher afeta o quanto pode manipular este jogo de foque e desfoque, por exemplo, as lentes de 50 mm são as mais comuns no tipo de foto onde o sujeito principal tem mais destaque.
Formato RAW
Para este processo de edição a posteriori ser profissional e o mais versátil possível, deve ir às definições da sua máquina e escolher guardar as fotos no formato RAW, que armazena a totalidade da informação captada pelo sensor — ao invés do formato JPEG, o qual condensa muita informação para poupar espaço, ainda que em grande qualidade.
Isto permite ir buscar detalhes e sombras a fotos com pouca exposição, dando uma plasticidade na fase de edição que é essencial para criar uma composição única. Para garantir que consegue as fotos que quer, acompanhando esta mudança para o modo RAW, deve adquirir também um cartão de memória com espaço suficiente.
Estes são os primeiros termos a conhecer para iniciar a sua viagem no modo manual das câmaras fotográficas. Pronto para dar o primeiro passo?
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