Sem dúvida, a câmara fotográfica mais icónica da história da fotografia. A jornada da Polaroid é uma de criatividade, inovação e renascimento. Conheça-a melhor.
Edwin H. Land foi o fundador da The Polaroid Corporation. Em 1937, data da sua criação, a empresa não produzia — nem planeava produzir ainda — máquinas fotográficas com impressão instantânea, mas a paixão pelas invenções ditas fora da caixa já lá estava.
A Polaroid começou por criar tecnologias de filme 3D, óculos para cães e produtos militares, como óculos de visão noturna ou periscópios.
A criação da Polaroid
Reza a lenda que, em 1944, enquanto de férias com a sua família, a filha de Edwin H. Land lhe perguntou porque não podia ver imediatamente as fotografias que o pai lhe tirava. Edwin conta que nesse mesmo dia idealizou a mecânica da câmara de impressão instantânea.
Demorou, no entanto, mais três anos a trazer a tecnologia a público, uma tecnologia que transformou um processo que demorava horas, que exigia um estúdio próprio e acesso a químicos de revelação fotográfica, para algo que demorava apenas alguns minutos.
Chegou ao mercado em 1948 com o nome Polaroid Land Model 95, que funcionava usando dois rolos separados para o negativo e positivo, os quais permitiam que a imagem fosse revelada dentro da câmara.
Na altura do lançamento a marca apenas produziu 60 unidades, esperando uma procura modesta, o que se revelou uma sub-estimativa grave, já que todas as unidades esgotaram no primeiro dia.
Em 1956, menos de uma década depois do seu lançamento, a câmara Polaroid tinha vendido o seu milionésimo exemplar. Pouco depois disso foi introduzida a primeira câmara com impressão a cores.
De 1956 até ao início dos anos 2000 a empresa dominou o mercado graças a um conjunto de patentes e assegurando uma posição forte. Esta estratégia não deixou qualquer margem para marcas como a Kodak e a Fujifilm da luta pela liderança. Nos anos 70 e anos 80 a Polaroid lançou as máquinas que mais associamos à marca: a Polaroid Land Camera e a Spectra System.
Apesar de todo o sucesso durante o século XX, a viragem do milénio significou o fim desta marca icónica. Em 2001 a Polaroid abriu insolvência devido a uma baixa procura do produto já saturado e com o aparecimento de novas tecnologias de revelação rápidas. Em 2008, foi anunciado o fim total da produção.
O ressurgimento
Um pequeno grupo de entusiastas da fotografia instantânea não se conformou com o desaparecimento da marca pioneira e pôs mãos à obra com o objetivo de recuperar a última fábrica da Polaroid ainda em existência, nos Países Baixos.
Recriaram a marca e são a única unidade de produção até hoje a criar novos produtos da icónica Polaroid, alimentados pelo ressurgimento do sentimento nostálgico em relação às fotografias granuladas e emolduradas da marca, em parte devido à popularização de filtros no Instagram e nos iPhones.
A Fujifilm aproveitou o fim das patentes da Polaroid e do seu desaparecimento do mercado e é agora, com a sua Instax, o grande player no mundo da fotografia de revelação instantânea.

Esta é uma história com princípio, meio, fim e renascimento. Apesar de ter chegado ao fim o seu tempo de vida, as Polaroids fizeram história e o seu contributo permanecerá muito depois da empresa ter encerrado portas.
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