Os produtos da Xiaomi do futuro — e já alguns no presente — não terão a designação Mi. Esta mudança simplifica a questão para os consumidores e admite que o nome da marca já é reconhecida o suficiente.
É quase difícil de compreender a dimensão que a Xiaomi atingiu em pouco tempo. A empresa tornou-se a marca de smartphones número um do mundo este ano e é reconhecida pelos seus produtos com excelente relação custo-benefício, bem como pelo mote de que há um smartphone para todos, sejam quais forem as possibilidades financeiras de cada um.
Como forma de diferenciar os seus produtos uns dos outros, a Xiaomi divide-os em várias submarcas, a mais notável das quais é designada por Mi. Agora, dez anos após o lançamento do primeiro smartphone com esta nomenclatura, vive-se uma grande mudança: o nome Mi será removido de todos os produtos.
Esta pequena revolução já foi iniciada no recém-lançado smartphone Mix 4 e os próximos devem seguir o exemplo. Os anteriores foram designados de Mi Mix, Mi Mix 2 e Mi Mix 3.
A marca Mi foi amplamente utilizada nos mercados ocidentais, presumivelmente por motivos de legibilidade e pronúncia. No entanto, telefones como o Mi 11 já são chamados de Xiaomi 11 na China, por exemplo. Agora, a Xiaomi acredita que o nome da empresa é reconhecível o suficiente para representar melhor os seus produtos.
Embora a empresa seja mais conhecida pelos seus smartphones, a Xiaomi também comercializa muitos produtos nas categorias de Smart Home, lifestyle e computação, incluindo televisores, computadores portáteis, frigoríficos, fritadeiras de ar, smartwatches, trotinetas elétricas, robôs, secadores de cabelo e muito mais. A maioria desses produtos carrega a marca Mi hoje, o que deixará de acontecer em futuros lançamentos.
Os primeiros Mi
Já o ano de 2011 ia no fim quando a Xiaomi lançou o seu primeiro smartphone, o Mi 1. Este incorpora especificações que, na época, eram bastante impressionantes, incluindo o chipset Snapdragon S3 de núcleo duplo da Qualcomm, 1 GB de RAM e resolução de 854×480 de quatro polegadas num painel LCD. Naturalmente, corria o sistema operativo da marca, o MIUI, que se baseava no Android 2.3 Gingerbread.
Nos anos seguintes, a Xiaomi continuou a lançar novos smartphones dentro da série Mi, todos disponíveis exclusivamente na China. No final de 2013, a marca expandiu-se para outras partes da Ásia, principalmente para a Índia, um país que se tornou a chave para o seu sucesso global.
Os primeiros produtos Xiaomi a serem lançados fora da China foram o Mi 3 e o Redmi 2, o último dos quais foi o segundo produto da submarca Redmi da empresa, que desde então cresceu consideravelmente e se tornou crucial para a estratégia global da mesma.
O lançamento global do Mi 3 e do Redmi 2 abriu as portas para a Xiaomi e a marca soube aproveitar a oportunidade: rapidamente se expandiram para mais mercados, lançaram mais smartphones e apostaram noutras categorias de produtos.
No decorrer do tempo, a Xiaomi subiu para o primeiro lugar no mercado de smartphones da Índia e supostamente destronou a Samsung na Europa. Vários fatores contribuíram para que se tornasse a principal marca de smartphones do mundo, incluindo o declínio da Huawei e as restrições de fornecimento induzidas pela covid-19, mas também a qualidade dos produtos, cuja reputação os precede.
No seu país de origem, a empresa já comercializa os dispositivos sem ‘Mi’ no nome, pelo que a mudança de designação também está alinhada com a estratégia global.
Mi, Redmi e POCO: estas são as três marcas sob as quais a Xiaomi atualmente classifica todos os seus produtos. Em breve, essa lista tornar-se-á Xiaomi, Redmi e POCO.
A declaração emitida pela Xiaomi
A Xiaomi forneceu a seguinte declaração através do seu porta-voz (em tradução livre):
“A partir do terceiro trimestre de 2021, a série de produtos ‘Mi’ da Xiaomi será renomeada para ‘Xiaomi’. Essa mudança unificará a nossa presença global de marca e fechará a lacuna de perceção entre a marca e seus produtos. Essa alteração pode levar algum tempo para entrar em vigor em todas as regiões.
Com a introdução da nova identidade da marca, duas séries distintas de produtos ficarão englobadas na marca-mãe. Os produtos da Xiaomi representam o auge da tecnologia e oferecem uma experiência premium. Os produtos Redmi trazem grande inovação a um preço mais acessível e são voltados para o público mais jovem. Essa diferenciação também se reflete nos nossos logótipos atualizados, com os logótipos Xiaomi e Redmi sob o logótipo da marca-mãe.
A convenção de nomenclatura da série de produtos — Xiaomi e Redmi — também será aplicada ao nosso ecossistema e produtos IoT ao longo do tempo.”
Xiaomi dá um passo na direção certa
A tendência atual no que se refere a nomes para smartphones é de quatro ou mais palavras (Samsung Galaxy S21 Ultra ou Oppo Find X3 Pro, por exemplo). Assim, esta mudança por parte da Xiaomi é refrescante e é bem-vinda.
Embora seja apenas um pequeno ajuste, ver um ‘Xiaomi 12’ nas prateleiras das lojas comunicará facilmente aos compradores menos conhecedores de tecnologia que esta é a 12ª geração do telefone, após a 11ª e precedendo a 13ª.
Também não é por acaso que a empresa mantém as outras duas designações e irá emprestar o seu próprio nome à gama mais elevada de produtos. É, de facto, uma merecida mudança de nome, conquistada por mérito próprio.
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