Muitos fotógrafos hoje em dia querem entrar no mundo da fotografia macro, apesar deste tipo de fotografia nem sempre ser fácil, principalmente para iniciantes. Talvez também por isso é um dos que traz maior satisfação quando bem conseguido.
Este estilo de imagem de pequenas plantas e animais, por exemplo, está num crescendo de popularidade. Com as capacidades certas, serás capaz de capturar imagens incríveis sem teres de sair de casa: basta ires ao jardim e encontrarás beleza em locais dos quais nem te lembrarias e terás um olhar mais curioso e detalhista sobre o mundo que te rodeia diariamente.
Decide quais os assuntos que te interessam — ‘assuntos’ é o termo pelo qual se designa o propósito da foto, seja uma pessoa, um animal ou um objeto — e parte à aventura.
O que é a fotografia macro?
O nome pode ser um pouco enganador, já que apesar de ser designada como macro, este é o tipo de fotografia que se foca em pequenos objetos, como animais ou flores. Este tipo de fotografia é associado a espaços exteriores, mas pode ser feito em estúdio, desde que utilizes algo que magnifique um elemento pequeno.
A definição mais restrita, que serve como guia para definir um estilo um pouco mais genérico de fotografia, é a de uma fotografia que tem como seu sujeito um objeto ou animal mais pequeno ou do mesmo tamanho do sensor da câmara, focado de forma a ocupar grande parte do ecrã.
Por exemplo, se o sensor da tua câmara tiver 2 cm, fotografia macro seria fotografar algo com 2 cm ou menos. A definição explica ainda que se o objeto tiver 1 cm, deve ocupar 1 cm no sensor, ou seja, deve ser capturado no seu tamanho real, em escala 1:1, ao contrário de uma paisagem humana, em que o tamanho real de uma montanha nada tem a ver com o tamanho que a imagem da montanha ocupa no sensor.
Introdução à fotografia macro para principiantes
Os passos iniciais mais importantes para fotografar macro passa por compreender a terminologia deste estilo, escolher o equipamento fotográfico certo (a câmara e a lente), obter profundidade de campo suficiente, escolher bem as configurações de câmara, focar corretamente na parte mais importante do assunto e, por fim, captar a foto.
Algumas destas etapas são mais simples do que outras, mas estas dicas vão ajudar-te a dar os primeiros passos e a experiência tratará do resto.
Como fotografar em macro?
A grande dificuldade em conseguir fotografias macro é o foco do objeto a fotografar e profundidade de campo que permita focar o sujeito da foto e desfocar o fundo por detrás do mesmo, em ambientes muito pequenos que numa fotografia dita normal, estariam todos em foco. Aqui, como em quase tudo, o segredo é a prática, para além do hardware.
Como referimos acima, macro fotografia envolve fotografar elementos que sejam projetados numa escala mais próxima do 1:1 possível, ou seja, num sensor de 20 mm, fotografaríamos um inseto com 10 mm, e este ocuparia metade do sensor, e metade do frame da foto.
Mas dentro da categoria macro podemos ir até no máximo, uma escala de 1:10, ou seja, o objeto ser 10 vezes maior do que aquilo que aparece no sensor. A partir daí, deixa de ser considerado uma fotografia macro.
Existem câmaras de alto nível, especializadas neste tipo de captura que conseguem inverter a escala e focar objetos cinco vezes mais pequenos que o sensor, ou seja, o tamanho do elemento no sensor é cinco vezes superior ao seu tamanho real, o que significa na prática conseguir fotografar objetos perto de cinco vezes mais pequenos que um sensor, cujo tamanho varia normalmente entre 17 e 36 mm.
O que é ampliação?
Um dos pilares da fotografia macro é saber o quão grande ou pequeno o assunto que se pretende fotografar aparece no sensor da câmara. Depois, comparar esse número com o tamanho do assunto no mundo real fornece um valor designado como ‘ampliação’.
Se essa proporção for simplesmente de um para um, diz-se que o assunto está em ‘tamanho real’. Por exemplo, se fotografares algo com um centímetro de comprimento e este assunto é projetado exatamente um centímetro no sensor da câmara, então este está em tamanho real (independentemente do tamanho do sensor da câmara).
Os sensores típicos em câmaras fotográficas DSLRs e mirrorless variam entre cerca de 17 milímetros a 36 milímetros de diâmetro. Assim, um assunto de 1 cm é muito grande em comparação, ocupando uma parte significativa da foto.
Para simplificar, os fotógrafos usam uma proporção real em vez de se referirem a ‘tamanho real’. Especificamente, o tamanho real é uma ampliação de 1:1. Se chegares a cerca de um décimo do tamanho real, então já não será um close-up nem macrofotografia.
Há algumas lentes no mercado que se designam de macro, mas que apenas permitem ampliação de 1:2 ou até menos. Será recomendável, no entanto, obter uma lente que possa ir a pelo menos 1:2 de ampliação e, idealmente, de 1:1, para que tenhas o máximo de flexibilidade possível. Algumas opções especializadas conseguem ir ainda mais longe, mas não serão as mais indicadas para o nível de principiante.
Distância de trabalho e distância focal
Este termo designa literalmente a distância entre a frente da lente e o assunto que pretendes fotografar. Pode não ser prático estar demasiado perto do assunto para o captar, seja porque assusta o animal — se for o caso —, ou porque podes bloquear a luz, por exemplo.
Câmaras fotográficas com maior distância focal permitem uma maior distância de trabalho, ou seja, podes captar os assuntos mais pequenos sem teres de te aproximar tanto. De forma a equilibrares o preço das lentes macro com a distância de trabalho que vais obter, aconselhamos uma lente na faixa de 100 mm a 150 mm.
DSLR ou mirrorless: quais as mais indicadas?
No que se refere a fotografia macro, tanto as câmaras fotográficas DSLRs como as mirrorless podem funcionar muito bem. A lente fará uma diferença considerável, pelo que o mais importante é optar por um equipamento fotográfico que permita encaixar uma boa lente macro e, idealmente, uma que tenha o menor atraso possível entre ver o assunto, pressionar o botão do obturador e captar a imagem.
Se antes esta era uma área em que as DSLRs tinham vantagem — devido ao atraso dos visores eletrónicos e menos lentes macro nativas em câmaras mirrorless —, hoje a diferença é praticamente insignificante e até há algumas mirrorless bastante indicadas para o efeito.
As mirrorless também costumam ter outros benefícios que poderás achar úteis, como pico de foco (uma sobreposição que mostra quais partes do assunto estão em foco – útil para fotografia macro com foco manual).
Para além disso, a capacidade de analisar as fotos sem tirar os olhos do visor é valiosa se quiseres julgar rapidamente coisas como nitidez e exposição do flash.
A única coisa que eu advertiria é que, se escolheres uma mirrorless deverás apostar numa com visor eletrónico. Tentar compor e manter uma foto macro estável com ecrã LCD traseiro, especialmente em ampliações extremas como 1:1, é um pesadelo.
Full-frame ou crop-sensor?
Se o objetivo é tirar fotos com a maior ampliação possível — e se estás a ler um artigo sobre fotografia macro, podemos assumir que sim —, a densidade de pixels (a quantidade de pixels por milímetro quadrado do sensor) é o que determina a quantidade de detalhes que irás obter na foto final. Uma vez que estas fotos são de assuntos pequenos, é fator é particularmente importante neste âmbito da fotografia.
Assim, a quantidade de pixels totais ou o tamanho dos sensores é menos importante. O ideal é uma máquina fotográfica que apresente mais pixels por milímetro.
Dito isto, as full-frame são equipamentos excelentes e que podem muito bem ser utilizadas para fotografia macro. Se tirares fotos que não estão na ampliação máxima, estas câmaras continuarão a apresentar todas as suas vantagens habituais.
No entanto, uma câmara crop-sensor tem vantagens neste género fotográfico, devido a apresentar uma densidade de pixels satisfatória. Se o modelo crop-sensor que procuras até é mais barato do que uma full-frame, vai em frente.
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