Há uma geração que não conhece a vida sem a wi-fi. A rede sem fios celebrou este ano o seu vigésimo aniversário e a sua evolução não se fica por aqui.
Hoje não sabemos o que é trabalhar ou mesmo viver sem a wi-fi. Está por todo o lado: nos computadores e tablets, nas TVs, em periféricos como impressoras sem fios, já para não falar de que os telemóveis atuais são acessos à Internet que por acaso também fazem chamadas, embora ninguém com menos de 30 anos as faça.
Em 2019, a Internet sem fios completou 20 anos e desde a sua criação tem vindo a evoluir em performance e estabilidade, bem como tem visto os seus recursos serem aprimorados.
Apesar de hoje estar, de facto, em todo o lado, como já foi referido, nem sempre foi assim. Tendo surgido no fim dos anos 90, demorou algum tempo até chegar ao mercado e ainda mais para se popularizar — não eram poucos os que acharam que era uma moda que iria passar eventualmente.
Quando em 1989 a FCC / Federal Communications Commission, o órgão regulador norte-americano das telecomunicações, autorizou a utilização de três faixas de frequência no desenvolvimento do padrão, dava início ao processo que culminaria na rede sem fios.
Também conhecida como WLAN — Wireless Local Area Network —, a rede sem fios é uma marca registada introduzida pela Wi-Fi Alliance. Internacionalmente, tal como em Portugal, é denominada por wi-fi.
No entanto, os dois termos não são sinónimos. WLAN refere-se a qualquer rede sem fios, enquanto wi-fi significa especificamente uma rede sem fios constituída por componentes baseados nas normas 802.11 estabelecidas pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE).
Em 1999, foi estabelecida a base para a futura standardização do wi-fi através da norma IEEE 802.11a. A certificação correspondente da norma para dispositivos fez mais do que apenas assegurar compatibilidade entre produtos de diferentes fabricantes: também tornou possível alcançar uma taxa de transmissão de dados muito maior do que a norma original.
O sucesso do wi-fi deve-se aos avanços na tecnologia e à rapidez da sua evolução. Nas normas que se seguiram houve adições que resultaram em melhorias nas bandas de frequência e as velocidades de transmissão aceleraram.
O desenvolvimento standardizado que se foi registando teve a vantagem de permitir compatibilidade entre diferentes normas. Como resultado, sistemas wi-fi existentes podem ser usados sem problemas, independentemente do aumento de velocidades de transmissão e melhoramentos contínuos de estabilidade para os utilizadores.
Desta forma, já não existem problemas de configuração e comunicação entre dispositivos — e isto ajudou a entrar na era atual de conetividade sem fios.
Atualmente, vigora a norma IEEE 802.11ac. Esta norma é uma inovação sobre os últimos anos: a sua velocidade de transmissão pode, em teoria, chegar aos 6,9 Gbps. As especificações desta configuração fornecem maior estabilidade de ligação e velocidades de transmissão que competem com ligações Gigabit Ethernet.
Se antes apenas as ligações com fios poderiam alcançar uma velocidade superior, hoje isso já não é verdade de todo. As ligações Fast Ethernet a 100 Mbps são rápidas o suficiente para permitir que os dispositivos tirem partido de praticamente qualquer ligação doméstica à Internet sem qualquer perda. E conseguir esta velocidade não é problema para as redes wi-fi de hoje sob condições normais.
Dito isto, também é verdade que para ligações dentro de uma rede local as soluções com fios podem ter vantagens. Mas essa é uma realidade que pode ser alterada num futuro próximo: a evolução da wi-fi está longe de estar terminada.
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